quinta-feira, 30 de junho de 2011

COMPLEXOS REGIONAIS BRASILEIROS

Além da divisão regional do IBGE, outra proposta caracteriza os espaços brasileiros segundo a organização da sua economia. Ela foi elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, que dividiu o Brasil em três grandes complexos regionais - Amazônia, Nordeste e Centro-Sul, segundo suas características geoeconômicas.
Na regionalização proposta por Geiger desaparecem os limites que separam os estados. Além disso, veja outras modificações que ela apresenta em relação à divisão do IBGE:
- O sul do Mato Grosso e de Tocantins está agrupado ao complexo regional do Centro-Sul, por causa de suas relações de dependência econômica.
- O norte de Minas Gerais passa a compor o complexo do Nordeste por ser uma área com características econômicas e naturais semelhantes: clima semi-árido e pobreza.
- A porção oeste (ocidental) do Maranhão passa a integrar o complexo regional da Amazônia pela sua afinidade econômica extrativista.
Conheça a seguir as principais características dos três grandes complexos regionais brasileiros.

Amazônia

Com uma área de 5 milhões de km2, a Amazônia compreende 58% do território brasileiro. Além da região Norte estabelecida pelo IBGE, que tem aproximadamente 3 870 000 km^, abrange grande parte dos estados do Mato Grosso e do Maranhão.

Principais características:
Quadro natural: clima equatorial, domínios das terras baixas amazônicas, floresta equatorial e bacia Amazônica.
Quadro humano e econômico: pequena população absoluta, baixa densidade demográfica e economia baseada no extrativismo mineral e vegetal.
Apresenta crescimento industrial na Zona Franca de Manaus. E o principal reduto de povos indígenas, e de problemas de posse de terra e desmatamentos (queimadas). Hoje, a Amazônia é fronteira de expansão agropecuária e de povoamento.

Nordeste

Com 1,5 milhão de km2 a região geoeconômica do Nordeste ocupa 18% do território brasileiro, área quase equivalente ao Nordeste delimitado pelo IBGE. Compreende o norte de Minas Gerais, mas não inclui o oeste do Maranhão.
Considerada a "região-problema" do país, o Nordeste enfrenta graves conflitos sociais e econômicos: área de repulsão de população, analfabetismo, mortalidade infantil, concentração de renda e de terras, seca, falta de oportunidades de emprego. Pode ser dividido em quatro sub-regiões;

Meio-Norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata.
Maranhão e Piauí compõem essa sub-região, que é uma zona de transição entre o Nordeste e a Amazônia.
O extrativismo do babaçu e a agricultura do algodão e do arroz são as principais atividades econômicas do Meio-Norte.

Sertão

É a maior das sub-regiões nordestinas, ocupada em sua maior parte pelo Polígono das Secas, que abrange os locais afetados por secas periódicas,
A pecuária extensiva de corte e o cultivo üe arroz e algodão são as principais atividades econômicas do Sertão. Recentemente, a irrigação tem favorecido a produção de frutas em áreas sertanejas.

Agreste
Pequena faixa que atravessa de norte a sul os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. A cidade de Campina Grande, na Paraíba, é chamada de
"capital do Agreste".
O Agreste marca a transição entre a área litorânea (Zona da Mata) e o Sertão, A policultura comercial e a pecuária leiteira são as principais atividades econômicas.

Zona da mata

Sub-região economicamente mais importante do Nordeste, a Zona da Mata ocupa a faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. Foi o primeiro local do Brasil a ser povoado. Hoje é a área mais populosa e a que concentra duas das três maiores cidades do Nordeste: Salvador (Bahia) e Recife (Pernambuco).
O cultivo da cana-de-açúcar e do cacau representa sua principal atividade econômica.

Centro-Sul

Com cerca de 2 milhões de km2, o complexo regional do Centro-Sul abrange a maior parte de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Corresponde às terras das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, E o complexo regional mais importante e o centro econômico da nação, com mais de 60% da população brasileira. Aí estão 16 das 22 áreas metropolitanas do país,

O grande desafio: as desigualdades regionais

Podemos perceber a grande diferença socioeconômica entre os complexos regionais brasileiros analisando os indicadores sociais de alguns estados. Ficam nítidos os contrastes e o melhor desempenho dos estados que compõem o Centro-Sul.
Taxa de Mortalidade infantil:
R.G. do Sul = 18,4%0
Alagoas = 66,1%0
Taxa de analfabetismo:
Porto Alegre = 4%
Alagoas = 32%