quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tremor abalou o Planeta = Terremoto no Chile

TREMOR ABALOU O PLANETA  =   Terremoto no Chile pode ter encurtado duração dos dias, diz Nasa por MIRIAM GODET.


Washington, 2 mar (EFE).- O forte terremoto que atingiu o Chile pode ter movido o eixo da Terra e encurtado a duração dos dias, segundo cientistas da Agência Espacial Americana (Nasa).

O pesquisador Richard Gross e seus colaboradores do Laboratório de Propulsão da Nasa avaliaram, com a ajuda de computadores, de que forma o abalo de 8,8 graus na escala Richter poderia ter alterado a rotação do planeta.

De acordo com o estudo, o tremor fez com que um dia na Terra passasse a ter 1,26 microssegundos - um microssegundo é a milionésima parte de um segundo - a menos.

Além disso, os cientistas chegaram à conclusão de que o eixo da Terra - sobre o qual a massa do planeta se mantém equilibrada e que é diferente do eixo norte-sul, de polo a polo - mudou em 2,7 milissegundos (cerca de oito centímetros).

Ainda segundo o cientista, o mesmo modelo de cálculo foi usado para fazer a mesma avaliação no caso do terremoto que atingiu a ilha de Sumatra (Indonésia) em 2004. Por causa daquele tremor de 9,1 graus na escala Richter, os dias foram reduzidos em 6,8 microsegundos, e o eixo do planeta sofreu redução de 2,32 milisegundos - cerca de 7 centímetros.

Gross afirmou que apesar do terremoto no Chile ter sido menor do que aquele, provocou mais alteração no eixo terrestre por ter ocorrido mais longe da linha do equador, e porque a falha geológica na qual aconteceu o terremoto chileno foi mais profunda e ocorreu em um ângulo ligeiramente mais acentuado do que a responsável pelo terremoto de Sumatra. EFE.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O que é G- 20?


O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da preparação para a V Conferência Ministerial da OMC, realizada em Cancun, entre 10 e 14 de setembro de 2003. O Grupo concentra sua atuação em agricultura, o tema central da Agenda de Desenvolvimento de Doha.

O G-20 tem uma vasta e equilibrada representação geográfica, sendo atualmente integrado por 23 Membros: 5 da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), 6 da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e 12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).

Desde a sua constituição, o G-20 gerou grande interesse, criou expectativas e recebeu também críticas vindas diferentes direções.

O Grupo nasceu com o objetivo de tentar, como de fato o fez, impedir um resultado predeterminado em Cancun e de abrir espaço para as negociações em agricultura. Naquela ocasião, o principal objetivo do Grupo foi defender resultados nas negociações agrícolas que refletissem o nível de ambição do mandato de Doha e os interesses dos países em desenvolvimento. Para tanto, o Grupo adotou uma posição comum, circulada como documento oficial da OMC, antes e durante Cancun . Essa posição permanece como a plataforma central do Grupo.

Após a falta de resultados concretos no encontro de Cancun, o G-20 dedicou-se a intensas consultas técnicas e políticas, visando a injetar dinamismo nas negociações. Foram realizadas diversas Reuniões Ministeriais do Grupo (Cancún, setembro/2003; Brasília, dezembro/ 2003; São Paulo, junho/2004; Nova Délhi, março/2005; Bhurban, setembro/2005; e Genebra, outubro e novembro/2005), além de freqüentes reuniões entre Chefes de Delegação e Altos Funcionários, em Genebra. O grupo promoveu, ainda, reuniões técnicas com vistas a discutir propostas específicas no contexto das negociações sobre a agricultura da OMC e a preparar documentos técnicos, em apoio à posição comum adotada pelo Grupo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Biomas e domínios morfoclimáticos

As diversas paisagens que se estendem pelo globo terrestre podem ser agrupadas segundo alguns critérios, capazes de agregar regiões com características semelhantes e facilitar o entendimento dos fenômenos naturais e sociais. Quando falamos em paisagens naturais, há dois conceitos importantes: bioma e domínio morfoclimático.

De origem grega, a palavra bioma (bio = vida + oma = grupo) foi utilizada pela primeira vez nos anos 1940 por Frederic Clements para designar grandes unidades caracterizadas pela uniformidade na distribuição e predomínio de espécies de flora e fauna, associadas a relevo, solos e macroclimas. Mais tarde, a classificação foi aprimorada, passando a designar grandes unidades com características semelhantes no que se refere à sua fisionomia, formas de vida, estruturas e fatores ambientais associados - clima, relevo, solos e hidrografia.

O conceito de domínios morfoclimáticos (morpho = formas + clima) foi proposto nos anos 1970 por Aziz Ab´Saber, sendo utilizado para classificar as interações entre os elementos naturais construídas ao longo do tempo. Os domínios se referem a unidades paisagísticas a partir, em especial, das relações entre clima e relevo, pontuadas por paisagens distintas geradas pela variação de fatores naturais. Dentro do conceito de domínios, são valorizadas as faixas de transição entre uma paisagem e outra, deixando claro que essa passagem se dá de forma gradual e não abrupta.

Atualmente, predomina o conceito de biomas, mas é importante que todos entendam também a ideia de domínios morfoclimáticos e consiga perceber que existem zonas de transição entre uma paisagem e outra.

O domínio amazônico é um conjunto de terras baixas com florestas, sob clima equatorial, com umidade constante (Para saber mais, leia o Especial Amazônia, disponível no site do Planeta Sustentável).Os mares de morros correspondem, por sua vez, a uma faixa com a presença de topos de morros aplainados, convexos, como se fossem meias-laranjas, recobertos em grande parte pela mata Atlântica. Entre outros conjuntos, estão a depressão sertaneja – com a presença de caatingas – e os chapadões do Planalto Central – com cerrados e matas-galeria acompanhando os rios. Destaque no mapa a presença das faixas de transição - como o agreste nordestino.


LITORAL EM PERIGO


Ilustrações Anna Cunha

Restinga

Para aproximar os alunos das discussões ambientais, apresente a eles a restinga e mostre como o homem altera as suas características

Estudar a vegetação que cresce em meio à areia das praias brasileiras, dividindo espaço com conchas e siris, não pode ser uma tarefa somente de quem mora perto do litoral. Restringir a abordagem do assunto dessa maneira seria o mesmo que somente quem mora próximo a ela explorar questões ligadas à floresta Amazônica. E mais: com a crescente e desenfreada ocupação da costa, a cobertura vegetal das áreas de restinga está desaparecendo e precisa ser conservada. Parte integrante da mata Atlântica, as plantas desse ecossistema, formado no período geológico quaternário (que envolve a história da Terra nos últimos 2,58 milhões de anos), já cobriram toda a faixa costeira brasileira, nos 17 estados litorâneos. Hoje, o cenário é desolador: só uma pequena área está preservada.

VEJA QUADRO: Uma rica flora à beira-mar

As crianças precisam conhecer as particularidades desse ecossistema para saber por que e como protegê-lo. Quando intacta, por exemplo, a mata de restinga impede que a areia se desloque para outras áreas, seja para o interior de lagos e manguezais, seja para dentro de casas e quiosques. "As turmas do 4o e do 5o ano precisam conhecer o que é característico desse ecossistema num âmbito geral. Detalhes devem ser explorados no 6º e no 7º ano", explica Carla Beatriz Barbosa, coordenadora de Educação Ambiental do Aquário de Ubatuba, em Ubatuba, a 234 quilômetros de São Paulo.

No caso de quem leciona no interior e não pode analisar a restinga ao vivo, buscar textos, fotos, vídeos e outros materiais para apresentar o tema e fomentar discussões e análises sobre ele é indispensável (leia a sequência didática). No entanto, se a praia é o quintal da escola ou fica a poucas horas de viagem, é interessante desenvolver um trabalho com as crianças para estudar in loco. Mas atenção: sair a campo não dispensa o professor de planejar aulas expositivas e com situações-problema para os alunos resolverem. Visitar a restinga, esteja ela conservada ou devastada, só faz sentido se for uma atividade com propósitos claros e significativos para a aprendizagem.


CADÊ A MATA QUE ESTAVA AQUI?

Todo o litoral brasileiro era coberto por plantas da restinga brasileira. Com a ocupação humana da área, pouco restou.

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* Considerando apenas vegetação arbórea.
Fonte: Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, da Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 2009

VARIEDADE DE PLANTAS COMPÕE A MATA DA RESTINGA
Devido a presença de areais, correntes litorâneas, alteração do nível do mar e aporte de sedimentos, essa vegetação é adaptada a ventos fortes e solos pobres em nutrientes. A restinga faz a transição entre o ecossistema marinho e o terrestre, exercendo a função de fixadora de areia e estabilizadora de ecossistemas costeiros, como os mangues.

"As plantas que a compõem estão distribuídas segundo as características do solo e da inf luência dos rios que serpenteiam por ela e das marés, que, por causa da variação diária do nível de água e da salinidade, afastam as mais sensíveis a essas condições", diz João Carlos Nucci, geógrafo da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

quarta-feira, 21 de julho de 2010

"BRIC" - O Potencial Econômico do Futuro


BRIC é um acrônimo criado em novembro de 2001 pelo economista Jim O´Neill, para designar os 4 (quatro) principais países emergentes do mundo, a saber: Brasil, Rússia, Índia e China.
Em menos de 40 anos os países componentes do BRICs juntos poderão ser maiores que as dos G6 (Estados Unidos da América, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália).
O grupo possuirá mais de 40% da população mundial e juntos terão um PIB de mais de 85 trilhões de dólares (US$). Esses quatro países não formam um bloco político (como a União Européia), nem uma aliança de comércio formal (como o Mercosul e ALCA) e muito menos uma aliança militar (como a OTAN), mas formam uma aliança através de vários tratados de comércio e cooperação assinados em 2002 para alavancar seus crescimentos.
Dentro dos BRICs haveria uma clara divisão de funções. Ao Brasil e à Rússia ficaria o papel de produtor de alimentos e produtor de petróleo respectivamente. Ambos seriam também fornecedores de matéria prima.
Os negócios de serviços e de manufatura estariam principalmente localizados na Índia e China, devido à concentração de mão-de-obra naquele e tecnologia neste.
Os BRICs, apesar de ainda não serem as maiores economias mundiais, já exercem grande influência, o que pode ser presenciado claramente na reunião da OMC em 2005, onde os países em desenvolvimento liderados por Brasil e Índia juntaram-se a países subdesenvolvidos para impor a retirada dos subsídios governamentais na União Européia e os Estados Unidos e a redução nas tarifas de importação e comércio nos mesmos. Alavancando assim o crescimento dos "BRICs" e outros países afetados pela pobreza.
Rússia, Índia e China já são superpotências militares, ao contrário do Brasil que é um país pacífico mas, despreparado para defender seu território, onde impera a corrupção e a violência . Todos eles estão em processo de desenvolvimento político e econômico para se adequarem aos demais países desenvolvidos
“Dos quatro Brics, o Brasil é seguramente o que tem maior potencial para se beneficiar nessa corrida conjunta para o Primeiro Mundo. O país tem enormes recursos naturais e a grande possibilidade de desenvolvimento agrícola, em razão de clima favorável e solo fértil. Não enfrenta problemas religiosos, o regime democrático está consolidado e estável, o sistema financeiro é sólido e as instituições são respeitadas. O grande gargalo ainda é a sua taxa de crescimento, resultado de contínuas políticas públicas míopes. Nos últimos seis anos, a economia brasileira acumulou crescimento pouco maior que 15%, muito aquém do crescimento obtido pelos outros três países. A China cresceu 63%, a Índia, 43%, e a Rússia, 41%.” Diz a economista e consultora Martha E. Ferreira
Em 2030, provavelmente os BRICs já seriam as maiores potências econômicas do mundo; ultrapassando assim a União Européia e o Estados Unidos da América. O Brasil desempenharia o papel de país exportador agropecuário, tendo como principais produtos a soja e o boi.
Tudo isso seria necessário para alimentar mais de 40% da população mundial. A cana-de-açúcar também desempenharia papel fundamental na produção de combustíveis renováveis e ecologicamente corretos, como o álcool e a recente atração, o biodiesel e o pré-sal. Além de fornecer matérias-primas essenciais a países em desenvolvimento, como o petróleo, o aço e o alumínio, que também são encontrados nos parceiros latinos, fortemente influenciados pelo Brasil, como Argentina, Venezuela e Bolívia.
Mas talvez o mais importante papel do Brasil estaria em suas reservas naturais de água, na fauna e na flora, ímpares em todo o mundo, que em breve ocuparão o lugar do petróleo na lista de desejos dos líderes políticos de todos os países. O Brasil ficaria em 5º lugar no ranking das maiores economias do mundo em 2030 ou 2040
A Índia terá a maior média de crescimento entre os BRICs e estima-se que em 2030 esteja no 3º lugar no ranking das economias mundiais, atrás apenas de China (em 1º) e EUA (em 2º). Com sua grande população, a indústria ficaria situada neste país, e também por ter grandes investimentos na profissionalização de sua população e investimentos em tecnologia, além de toda sua tradição nas ciências exatas. Com também grande poderio militar.
Estima-se que a China seja em 2030 a maior economia mundial, tendo como base seu acelerado crescimento econômico sustentado durante todo início do século XXI. Terá grande concentração de indústria devido à sua população e tecnologia. Também com grande poderio militar. A China se encontra atualmente num processo de transição do capitalismo de Estado para o capitalismo de mercado que já deverá estar completo em 2030, mas ainda não se sabe se o governo irá continuar totalitarista ou se a China irá evoluir completamente para um país democrático aos moldes ocidentais.
Cogita-se ainda outras siglas, como BRIMC (Brasil, Rússia, Índia, México e China) e BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), incluindo México e África do Sul como nações com igual potencial
A história do crescimento dos Brics já está circulando por todo o mundo. No ano passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) calculou que os Brics e os mercados emergentes que eles estão ajudando a alimentar respondiam por 30% da economia global, e por 47% de todo o crescimento mundial, sendo a China o maior contribuidor, com o Brasil, a Rússia e a Índia não muito atrás.
Tudo isso vai depender muito do comportamento de cada pais membro do BRIC, principalmente do Brasil, que é ainda um adolescente entre eles, se não mudar nestes próximos 20 anos sua política, com pessoas sérias e redução de partidos e candidatos que só prejudicam o país, mudança economia interna criando empregos e frentes de trabalhos para os de pouca escolaridade, incentivo a educação, preparando os jovens para o mercado futuro, incentivo e treinamento de professores do ensino fundamental e médio, redução dos gastos públicos, melhoria da saúde e habitação, não chegaremos lá jamais.................

Fonte: José William Vesentini.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O que pode acontecer no futuro?

O aquecimento global pode trazer conseqüências graves para todo o planeta – incluindo plantas, animais e seres humanos. A retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em várias partes do planeta, afetando plantações e florestas.

Algumas florestas podem sofrer processo de desertificação, enquanto plantações podem ser destruídas por alagamentos. O resultado disso é o movimento migratório de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição.



Outro grande risco do aquecimento global é o derretimento das placas de gelo da Antártica. Esse derretimento já vinha acontecendo há milhares de anos, por um lento processo natural. Mas a ação do homem e o efeito estufa o processo e o tornaram imprevisível.

A calota de gelo ocidental da Antártida está derretendo a uma velocidade de 250 km cúbicos por ano, elevando o nível dos oceanos em 0,2 milímetro a cada 12 meses. O degelo desta calota pode fazer os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas pelo mundo e ilhas inteiras. Os resultados também são escassez de comida, disseminação de doenças e mortes.

O aquecimento global também acarreta mudanças climáticas, o que é responsável por 150 mil mortes a cada ano em todo o mundo. Só no ano passado, uma onda de calor que atingiu a Europa no verão matou pelo menos 20 mil pessoas. Os países tropicais e pobres são os mais vulneráveis a tais efeitos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atribui à modificação do clima 2,4% dos casos de diarréia e 2% dos de malária em todo o mundo. Esse quadro pode ficar ainda mais sombrio: alguns cientistas alertam que o aquecimento global pode se agravar nas próximas décadas e a OMS calcula que para o ano de 2030 as alterações climáticas poderão causar 300 mil mortes por ano.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Geografia: ciência do espaço

O que significa geograficamente o mundo ou parte do mundo?

A Geografia se propõe a algo mais que descrever paisagens , pois a simples descrição não nos fornece elementos suficientes para uma compreensão global daquilo que pretendemos conhecer geograficamente.
As paisagens que vemos são apenas manifestações aparentes das relações estabelecidas entre os muitos e variados integrantes do nosso planeta e até mesmo do Universo .
Da energia do Sol à ação dos bichos, das plantas, das águas e dos ventos; dos movimentos executados pela Terra aos constantes deslocamentos verificados na crosta terrestre; das formas restritas e localizadas de atuação das tribos indígenas à planetária intervenção das modernas sociedades industriais não nos faltam dinâmicas e relações a serem investigadas.
Ir além das aparências significa considerar que por trás de toda paisagem temos, necessariamente, uma dinâmica particular que a determina, que a constroi, que a mantém com determinada aparência, por exemplo, de floresta , de deserto , ou até mesmo de cidade.
Estudar geograficamente o mundo, no todo ou parte, é buscar entender como e por que as paisagens - sejam elas quais forem - apresentem as características que observamos. Ou seja,o que se busca é o entendimento do espaço geográfico, que, dessa forma, deve ser entendida como algo que inclui não só aquilo que vemos (paisagens), mas também os fatores determinantes da aparência. Entre todas as dinâmicas de que resultam as diversas paisagens que se espalham pelo mundo, as impostas pelo rítmo e pelas necessidades das modernas sociedades industriais são hoje as mais presentes na quase totalidade das paisagens que venhamos a investigar.
Portanto, uma investigação de fato geográfica acerca do mundo atual deve, mais do que se ocupar de descrições de realidades aparentes (paisagens),porpor-se a investigar, principalmente, o modo pelo qual a sociedade produz o espaço geográfico.
Para melhor compreensão do que estamos dizendo, vamos coniderar que qualquer pessoa é capaz de identificar um conhecido "cartão-postal" do Brasil. Trata-se da cidade do Rio de Janeiro, da qual se vê a baía de Guanabara, Pão de Açúcar, etc.
Se a investigação geográfica dessa paisagem se restringisse à descrição dos elementos que a constituem, bastaria acrescentar mais alguns nomes à lista que iniciamos . Assim, mencionaríamos também os diversos tipos de construções e moradias, as praias, os vários tipos de embarcações, as pistas asfaltadas, os carros, etc.
Mas, como dissemos não basta fazer uma espécie de fotografia falada ou escrita das paisagens, pois o espaço geográfico não se revela apenas na aparência das coisas , mas sobretudo na investigação das razões que determinam essa aparência.
E, para entendermos de fato esse espaço, ou descobrimos tais razões, teríamos de necessariamente responder a muitas questões , tais como:

• Por que exatamente neste local construíram tantos prédios e tantas avenidas? Para onde vão ou de onde vêm essas embarcações, esses carros, ou esses ônibus?

• Por que baía tem esse formato?

• Como surgiram os morros em torno da baía?

• Por que alguns dos morros têm cobertura vegetal e outros não?

• E as pessoas? Onde estão , o que fazem , como vivem ?

Ao responder a essas e muitas outras questões que poderíamos formular a partir de uma simples observação atenta da paisagem, buscamos na verdade desvendar as dinâmicas responsáveis por cada um dos elementos aparentes que nos chamam a atenção. Ou, em outras palavras, estaríamos desvendando o espaço geográfico do qual esse cartão-postal do Rio de Janeiro revela apenas a aparência.

Diamantino Pereira.


Sugestão de leitura:

PEREIRA,Diamantino; SANTOS, Douglas e CARVALHO, Marcos de.Geografia: ciência do espaço - o espaço mundial. São Paulo, Atual, 2007.